Seja sempre bem vindo

A Mediunidade é um assunto fascinante venha estudar conosco...conhecer o que a mediunidade tem a nos ensinar...
Diz -noz:"Lamartine Palhano Jr. em seu "Dicionário de Filosofia Espírita", conceitua mediunidade como sendo uma faculdade inerente ao homem que permite a ele a percepção, em um grau qualquer, da influência dos Espíritos. Não constitui privilégio exclusivo de uma ou outra pessoa, pois, sendo uma possibilidade orgânica, depende de um organismo mais ou menos sensitivo. "

domingo, 1 de junho de 2014

A GRAVIDEZ DE ESPÍRITOS



Numa reunião de estudos doutrinários, em nossa casa espírita, um freqüentador dirigiu-nos a seguinte pergunta: poderia ocorrer gravidez de espíritos? Ao que lhe respondemos: até onde nós sabemos não. Retrucou-nos: mas existe um livro espírita, citando-lhe o título, que fala disso. Não sabia, dissemo-lhe, entretanto, vamos procurar estudá-lo, pois não podemos emitir opinião sobre algo de que não temos conhecimento.
Fomos então buscar a informação no livroInfinitas Moradas, do qual transcreveremos uma parte. É um trecho específico do diálogo entre o Dr. Inácio Ferreira com Odilon Fernandes, ambos já na condição de espíritos desencarnados. Iniciamos com a fala de Dr. Inácio:
- Com tanta grandeza acima de nossas cabeças e nós insistindo em continuar a ver o que temos sob os pés!... Por mais me esforce, eu não entendo esse pessoal que deixa o corpo e prossegue na mesma... Não era para que, deste Outro Lado, tivéssemos hospitais, vales de expiação e nem tampouco regiões trevosas. Nem esses nossos irmãos com problemas de deformidade no corpo espiritual,ao ponto de necessitarem praticamente de um novo nascimento por aqui, com a finalidade de readquirirem a forma humana, antes de um novo mergulho na carne.
- É um tema que transcende este, Inácio, sobre o qual, infelizmente, não devemos nos aprofundar com os nossos companheiros encarnados que, a bem da verdade, ainda revelam dificuldade para aceitar a Reencarnação como ela é... Eles não entenderiam a “gravidez” perispiritual nas regiões inferiores, onde seres que padecem aberrações de forma carecem de umrenascimento como recurso terapêutico. Deixemos que a semente da idéia floresça naturalmente. Se se “morre” por aqui, por que também não se renasceria?...
- Ou nasceria, não é?
- Sim, ou nasceria, pois, se os Espíritos Superiores confirmaram a Allan Kardec que em a Natureza nada dá saltos, como explicar-se, por exemplo, sem elementos de transição em nosso Plano, a primeira encarnação humana do princípio espiritual? O corpo humano não está apto a receber entidades primárias, sem que o seu organismo perispiritual tenha, antes, humanizado a formaOs primeiros nascimentos acontecem aqui!... Mas, repito, talvez isto seja muito para a cabeça de quantos ainda não conseguiram, por si mesmos, intuir semelhantes realidade. O assunto tem gerado polêmicas, e não podemos comprometer a tarefa que, apesar dos pesares, tem produzido frutos de significativa qualidade.
- Talvez eu tenha me excedido...
(BACCELLI, 2003, pp. 59-60). (negrito nosso)
Bom, não há dúvida alguma sobre o que o companheiro nos informou a respeito de haver um livro abordando o assunto. Mas cabe-nos o dever de verificar se encontraremos apoio para isso nas obras básicas da codificação, uma vez que, como o próprio Kardec disse, a opinião de um espírito não passa apenas de uma opinião e dela não podemos assentar base para ponto doutrinário.
Inicialmente, veremos que em O Livro dos Espíritos, à pergunta de Kardec se os Espíritos tinham sexo, a resposta dos Espíritos foi: “Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.” (perg. 200, p. 134). Segundo podemos entender dessa resposta, por lhes faltar uma organização física, os espíritos não têm sexo. Se não há sexo, como haveria a relação sexual para a conseqüente fecundação do óvulo pelo espermatozóide? Além disso, onde o gameta fecundado se fixaria?
Mais à frente, quando o assunto é a evolução do princípio inteligente, especificamente no momento que ele sai do reino animal para estagiar no reino hominal, Kardec pergunta (607b) aos espíritos se o período de humanização principia na Terra. Ao que respondem que “a Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra” (p. 300).
Vindo do reino animal, obviamente, com um perispírito adequado àquele reino, ele, o princípio inteligente, não se liga a um corpo humano igual ao nosso, mas a um corpo humano muito mais próximo ao dele, adaptado às condições dos planetas primitivos. Esse corpo humano, tão próximo do dos animais, não oferece nenhuma dificuldade de adaptação a esse novo estágio evolutivo pelo qual ele passa. Certamente que isso não ocorre de um dia para o outro, mas em milhares de anos sem que haja solução de continuidade: “tudo se encadeia na Natureza”. Foi o que aconteceu aqui na Terra, quando ainda era um planeta primitivo, com os seres dos quais descendemos, que mais pareciam animais que propriamente seres humanos da forma que somos hoje. Kardec tecendo considerações sobre a hipótese da origem do corpo humano, disse que “como em a Natureza não há transições bruscas, é provável que os primeiros homens aparecidos na Terra pouco diferissem do macaco pela forma exterior e não muito também pela inteligência.” (A Gênese, p. 213).
Em O Céu e o Inferno, no capítulo II, da segunda parte, quando dos relatos sobre as manifestações dos Espíritos Felizes, encontramos a afirmativa de que “os Espíritos não se reproduzem” e que “os Espíritos não podem ter sexo”. Kardec, em nota explica: “Sempre disseram que os Espíritos não têm sexo, sendo este apenas necessário à reprodução dos corpos. De fato, não se reproduzindo, o sexo ser-lhes-ia inútil.” (p. 183). Assim, fica claro que os espíritos não se reproduzem, por conseguinte, não há como se falar em gravidez de espírito, que se ocorresse, aí sim, teríamos a tal gravidez perispiritual.
Novamente, encontraremos Kardec falando sobre o assunto, agora naRevista Espírita:
As almas ou Espíritos não têm sexo. As afeições que as une nada têm de carnal, e, por isto mesmo, são mais duráveis, porque são fundadas sobre uma simpatia real, e não são subordinadas às vicissitudes da matéria.
[...]
Os sexos não existem senão no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais; mas os Espíritos, sendo a criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, é por isto que os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. (Revista Espírita 1866, p. 3). (negrito nosso).
Esse último parágrafo resume tudo quanto poderíamos buscar na codificação, não precisaríamos de mais nada, entretanto, vamos continuar com a nossa pesquisa.
Vamos agora recorrer ao espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, para elucidarmos ainda mais esse assunto. Cita uma situação onde será necessário recompor a forma espiritual humana, conforme podemos ler quando ele fala sobre o monodeísmo:
Estabelece-se nele o monoideísmo pelo qual os outros desejos se lhe esmaecem no íntimo.
Pela oclusão de estímulos outros, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, por ausência de função, e se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmo, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo.
Em tais circunstâncias, se o monoideísmo é somente reversível através da reencarnação,...
[...]
Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovóide, o que ocorre, aliás, a inúmeros desencarnados outros, em situação de desequilíbrio,... (XAVIER, 1987, pp. 90-91). (negrito nosso).
Portanto, alguns espíritos perdem a forma perispiritual humana para se transformarem em ovóides. Poderiam eles reencarnar nessas condições? Teriam a necessidade de retomar à forma humana? Enfim, o que acontecerá na presente situação? Vamos continuar recorrendo a André Luiz que, mais à frente, diz da necessidade da reencarnação, de uma forma geral:
FORMA CARNAL - Todavia, assim como o germe para desenvolver-se no ovo precisa aquecer-se ao calor da ave que o acolha maternalmente ou do ambiente térmico apropriado, no recinto da chocadeira, e assim como a semente, para liberar os princípios germinativos do vegetal gigantesco em que se converterá, não prescinde do berço tépido no solo, os Espíritos desencarnados, sequiosos de reintegração no mundo físico, necessitam do vaso genésico da mulher que com eles se harmoniza, nas linhas da afinidade e, conseqüentemente, da herança, vaso esse a que se aglutinam, mecanicamente, e onde, conforme as leis da reencarnação, operam em alguns dias todas as ocorrências de sua evolução nos reinos inferiores da Natureza.
Assimilando recursos orgânicos com o auxílio da célula feminina, fecundada e fundamentalmente marcada pelo gene paterno, a mente elabora, por si mesma, novo veículo fisiopsicossomático, atraindo para os seus moldes ocultos as células físicas a se reproduzirem por cariocinese, de conformidade com a orientação que lhes é imposta, isto é, refletindo as condições em que ela, a mente desencarnada, se encontra.
Plasma-se-lhe, desse modo, com a nova forma carnal, novo veículo ao Espírito, que se refaz ou se reconstitui em formação recente, entretecido de células sutis, veículo este que evoluirá igualmente depois do berço e que persistirá depois do túmulo.(XAVIER, 1987, pp. 91-92). (negrito nosso)
Deixa clara a questão do espírito ter que cumprir a lei da reencarnação, entrando novamente num corpo feminino, via óvulo fecundado, para seguir o curso normal do processo reencarnatório. E, em especial, para os casos dos espíritos em forma de ovóides ele diz:
Os Espíritos categoricamente inferiores, na maioria das ocasiões, padecendo monoideísmo tiranizante, entram em simbiose fluídica com as organizações femininas a que se agregam, experimentando o definhamento do corpo espiritual ou o fenômeno de “ovoidização”, sendo inelutavelmente atraídos ao vaso uterino, em circunstâncias adequadas, para a reencarnação que lhes toca, em moldes inteiramente dependentes da hereditariedade, como acontece à semente, que, após desligar-se do fruto seco, germina no solo, segundo os princípios organogênicos a que obedece, tão logo encontre o favor ambiencial. (XAVIER, 1987, pp. 152-153). (negrito nosso).
Assim é que, mesmo neste caso, há a necessidade da ligação do espírito em forma de ovóide com o óvulo já fecundado, sem outro procedimento a não ser a redução perispiritual. Interessante é que há para os reencarnantes, o ato de “restringimento do corpo espiritual” para ligá-lo ao óvulo. Curioso é que o processo de redução perispiritual para a reencarnação é bem semelhante ao da ovoidização por fixação mental do espírito, ainda preso a sentimentos inferiores, dos quais, parece, não querer largar mão.
Podemos ainda, para corroborar isso, trazer mais a informação ditada pelo espírito Adamastor:
A ovoidização é uma das pungentes enfermidades que pode acometer o espírito depois da morte. Consiste na perda da consciência ativa, quando o eu consciente desmorona-se completamente, em decorrência de atrozes e insuportáveis sofrimentos, voltando-se sobre si mesmo, anulando-se e perdendo todo o contato com a realidade. A atividade consciente da alma entra em letargia, refugiando-se nas camadas do subconsciente. O pensamento contínuo se fragmenta, perdendo seu fio de condução, e a estrutura perispiritual se desfigura completamente, desfazendo sua natural conformação humana, adquirindo o formato aproximado de um ovo, cujas dimensões se aproximam de um crânio infantil. O processo é em tudo semelhante ao das bactérias que se encistam diante de condições adversas de vida, aguardando novas oportunidades para retornarem à atividade normal. A ovoidização é processo incurável no plano espiritual, sendo uma das mais graves enfermidades de nosso mundo, e somente pode ser revertido em reencarnações expiatórias, quando o espírito reencontra-se com novo ambiente de manifestação e pode refazer o metabolismo do seu consciente. Várias reencarnações, porém, se consomem em tentativas frustradas, de modo que a perda evolutiva é imensa para estes infelizes seres. Muitos regridem a condições tão primárias da vida humana que necessitam reencarnar entre povos primitivos, a fim de suportar-lhes a grave patologia, sem de desfazerem em malformações congênitas incompatíveis com a biologia humana. [...] (FREIRE, 2002, p. 28). (negrito nosso).
Juntamos, também, a essa nossa pesquisa, o pensamento do escritor espírita Eurípides Khül, em seu estudo do capítulo XII – Alma e desencarnação, do livro Evolução em dois mundos. Leiamos:
5) O que são os ovóides e qual a origem de sua existência no mundo espiritual?
R - Ovóides são os espíritos que, ainda na fase primitiva da evolução, assumem a forma de ovo, após a desencarnação, em conseqüência de sua incapacidade em se adaptar à nova maneira de viver, agora no mundo espiritual. A idéia fixa, única, auto-hipnotizante, de renascer na carne, mantém o seu psiquismo ligado na vida carnal e magnetiza-lhe a mente, reprimindo outros estímulos aos órgãos do corpo espiritual, que se retraem e atrofiam, por falta de função. Voltam-se, então, esses órgãos, para a mente, onde se deixam dominar pelos pensamentos. Suas células são atrofiadas pela idéia única de retorno ao veículo físico. É um processo semelhante ao encolhimento do perispírito por ocasião da reencarnação. Enquanto perdura esta situação, o espírito perde a forma humana, assumindo a forma ovóide. O formato de ovo se explica por ser este o berço onde se dá inicio ao processo de renascimento de vários seres, inclusive do próprio homem, que tem o seu corpo físico gerado no óvulo da mãe. Daí por que a mente desses espíritos, fixados na idéia de renascerem para a vida física, plasmam a forma ovóide.
Assim permanecem até que surja nova oportunidade reencarnatória. Com o processo de reencarnação iniciado, assimilam novos recursos orgânicos, utilizando-se do auxílio de células dos pais. Sua mente passa a elaborar o novo veículo fisiológico, em moldes cuja orientação lhe é imposta. Plasma, desta maneira, nova forma carnal, novo veículo físico, para o que refaz e reconstitui o perispírito, readquirindo a forma humana.
André Luiz compara essas criaturas a algumas bactérias que, apartadas do seu meio ambiente, tornam-se incólumes ao frio e ao calor, mantendo-se imóveis por longos períodos, mas que entram em atividade tão logo sejam alocadas no ambiente que lhes seja peculiar.
6) Como é plasmada a nova forma carnal na qual o espírito reencarnante se expressará?
R - Para que se dê o processo reencarnatório que o libertará da forma ovóide, o espírito reencarnante necessita do organismo genésico da futura mãe, com a qual tem afinidade e da qual herdará características físicas, para assimilar recursos orgânicos através da célula feminina, fecundada pelo gene paterno. Sua mente, então, elabora, por si mesma, novo veículo fisiopsicossomático, atraindo células físicas que se reproduzem de conformidade com a orientação que lhe é imposta e refletindo o seu estado evolutivo. Plasma, assim, a nova forma carnal, que irá repercutir no perispírito, através de células sutis, promovendo alterações no corpo espiritual desde o renascimento e que irão perdurar após o túmulo.
Portanto, temos aqui, pela opinião desse autor, que é necessária a reencarnação para que o espírito assuma novamente a forma perispiritual humana.
À dúvida do Dr. Inácio: “E nascem criança por aqui?...”, respondeu André Luiz: “É claro que sim,...” (BACCELLI, 2002, p. 215), não deixa dúvida de que se fala mesmo da gravidez como algo real. Entretanto, por esse estudo, concluímos que a gravidez perispiritual de espíritos, seguindo-se a idéia do que ocorre aqui na terra, não é uma possibilidade real, porquanto, são outras as leis que regem o mundo espiritual. Aliás se ela ocorresse só poderia ser mesmo a nível perispiritual, já que o corpo do espírito, na dimensão espiritual, é o perispírito. Obviamente, essa não deixa de ser também uma opinião pessoal, mas nosso objetivo não é levar o leitor a aceitá-la, apenas provocar-lhe uma reflexão sobre o assunto, de forma a encontrarmos uma solução para o problema levantado. E, que fique claro, que não estamos contra ninguém, apenas analisamos as opiniões, o que certamente, acontecerá conosco em relação ao que aqui estamos falando.

Paulo da Silva Neto Sobrinho
Dez/2006.
(Publicado na Revista Espiritismo & Ciência nº 51, ago/2007, pp. 28-33)

Referências Bibliográficas
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. O Céu e o Inferno, Rio de Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. A Gênese, Rio de Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. Revista Espírita 1866, Araras - SP: IDE, 1993.
XAVIER, F. C. Evolução em dois mundos, Rio de Janeiro: FEB, 1987.
BACCELLI, C. A. Infinitas Moradas, Uberaba – MG: LEEPP, 2003.
BACCELLI, C. A. Na próxima dimensão, Uberaba – MG: LEEPP, 2002
FREIRE, G. T. Ícaro redimido: a vida de Santos Dumont no Plano Espiritual, Belo Horizonte: Ediame, 2002.


endereço: http://www.apologiaespirita.org/

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mediunidade:sinais!


Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita   Inglês   Espanhol
Programa V: Aspecto Científico
Ano 3 - N° 116 – 19 de Julho de 2009
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
Sinais precursores da
mediunidade: mediunidade
como prova
 Apresentamos nesta edição o tema n116 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.
Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Por que a algumas pessoas é concedida a faculdade mediúnica?
2. Quais são os sintomas precursores da mediunidade?
3. Por que a maioria dos médiuns, sobretudo no início das suas tarefas na mediunidade, se envolve com problemas diversos ligados às suas faculdades?
4. Os médiuns, em sua generalidade, podem ser considerados missionários na acepção comum do termo?
5. Por que a existência de muitos médiuns é pontilhada de dificuldades, provações e desventuras? 
Texto para leitura 

A mediunidade manifesta-se por toda a parte, nos mais diferentes lugares

1. A mediunidade, na maioria das vezes, é um dom que o Espírito pede diante da sua necessidade de, uma vez encarnado, se conscientizar de forma indelével de sua condição de Espírito eterno. Ele é também instrumento de agilização do seu progresso espiritual.  
2. É por causa disso que, independentemente das próprias convicções, muitas vezes contrárias à realidade espiritual, surge a faculdade mediúnica ampliando a sensibilidade do homem para a percepção do ambiente espiritual que o circunda, e, atendendo a esse objetivo, se manifesta em crianças e em velhos, em homens e em mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e o nível moral das pessoas. 
3. Ignorando, muitas vezes, os recursos mediúnicos de que é dotado, o indivíduo começa então a sentir-se envolto em problemas, muitas vezes sem causas definidas, tais como um mal-estar generalizado, o desequilíbrio emocional fácil, as enfermidades que aparecem e desaparecem sem explicações médicas claras, determinados desentendimentos no lar, problemas profissionais diversos e muitas outras formas de desarmonia pessoal, familiar, social e profissional. 
4. É em tais situações que, pressionada pelas circunstâncias e sem encontrar solução na religião que professa, a pessoa bate à porta do Centro Espírita, onde deverá sempre ser recebida com os mais nobres sentimentos de solidariedade, compreensão, esclarecimento e ajuda. 

Os sintomas precursores da mediunidade variam ao infinito

5. Algo bastante comum é o principiante espírita querer saber que tipo de faculdade mediúnica possui, e um dos recursos mais utilizados é procurar informar-se com os Espíritos por meio de outros médiuns, o que nem sempre é uma boa medida e não oferece segurança àquele que indaga, como explica Kardec em “O Livro dos Médiuns”, item 205. 
6. Os sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito. Martins Peralva os enumera: reações emocionais insólitas, calafrios e mal-estar, sensação de enfermidade, irritações estranhas... Algumas vezes, porém, pode a faculdade mediúnica eclodir sem nenhum sintoma, espontânea, exuberante. É por isso que a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade, o estudo e o trabalho constituem fatores de extrema valia na educação e no desenvolvimento da faculdade mediúnica. 
7. Registre-se, no entanto, que o mais comum é vermos a mediunidade vinculada à dor, sobretudo no seu início, o que não é difícil de compreender, uma vez que vivemos em um mundo de expiações e provas, habitado por seres encarnados e desencarnados com os quais nos afinizamos e em quem predomina a imperfeição moral, expressa na forma de inveja, ciúme, ódio, despeito, vingança e tantos outros filhos do orgulho e da ignorância. São as vibrações decorrentes dessas imperfeições que o médium iniciante, com a sensibilidade ampliada, passa a sentir, sem ter ainda condições de lhes oferecer resistência, o que lhe virá posteriormente com o trabalho nobre, a perseverança no bem, o estudo sério, a oração e a vigilância.  
8. Conquanto existam no mundo médiuns que vieram ao orbe com tarefas importantes definidas, os médiuns não são, em sua generalidade, missionários na acepção comum do termo. São almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira o curso das leis divinas e que resgatam seu passado obscuro e delituoso, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades. Essas palavras, grafadas por Emmanuel, fazem parte do livro “Emmanuel”, pp. 66 e 67, que Chico Xavier psicografou. 

A faculdade mediúnica constitui um instrumento de progresso valioso

9. Arrependidos, esses Espíritos procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia. Não é, pois, de admirar que as existências dos médiuns em geral têm-se constituído em romances dolorosos, em vidas de amargurosas dificuldades, em histórias repletas de provações, continências e desventuras.  
10. Em tais casos, a mediunidade não é uma conquista do Espírito para a eternidade, mas uma concessão temporária, que constitui um instrumento extremamente valioso, embora difícil e complexo, o qual, se bem aproveitado, ensejará ao indivíduo uma ascensão espiritual mais rápida e o libertará dos débitos acumulados no passado. 
11. A mediunidade é, bem se vê, uma prova muitas vezes dolorosa, mas sempre necessária ao enriquecimento espiritual da pessoa. A exemplo dos “talentos” de que nos fala o Evangelho, dependendo do que fizer com ela, o médium granjeará “talentos” maiores e mais nobres, observando-se sempre, nesse particular, a regra evangélica de que a cada um será dado sempre de acordo com o seu merecimento. 
12. Todos somos médiuns, asseverou o Codificador do Espiritismo, mas nem sempre possuímos uma faculdade operante capaz de ser transformada ou caracterizada como mediunidade-tarefa. Nesse caso, todos os esforços por desenvolvê-la serão infrutíferos. Não devemos, no entanto, deixar-nos envolver pelo desânimo e, sim, abraçar com alegria outras tarefas na seara espírita, até mesmo nas reuniões mediúnicas, onde há espaço para a atuação dos médiuns passistas e dos médiuns esclarecedores, convictos de que, independentemente de possuirmos ou não uma mediunidade produtiva, o objetivo fundamental da nossa presença no mundo é servir sempre e fazer a parte que nos cabe na obra do Criador. 

Respostas às questões propostas 

1. Por que a algumas pessoas é concedida a faculdade mediúnica? 
R.: A mediunidade é, na maioria das vezes, um dom que o Espírito pede diante da sua necessidade de, uma vez encarnado, se conscientizar de forma indelével de sua condição de Espírito eterno. Esse dom é também instrumento de agilização do seu progresso espiritual. Eis por que a faculdade mediúnica é concedida a determinadas pessoas.  
2. Quais são os sintomas precursores da mediunidade? 
R.: Os sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito. Martins Peralva os enumera: reações emocionais insólitas, calafrios e mal-estar, sensação de enfermidade, irritações estranhas... Algumas vezes, porém, pode a faculdade mediúnica eclodir sem nenhum sintoma, espontânea, exuberante. É por isso que a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade, o estudo e o trabalho constituem fatores de extrema valia na educação e no desenvolvimento da faculdade mediúnica. 
3. Por que a maioria dos médiuns, sobretudo no início das suas tarefas na mediunidade, se envolve com problemas diversos ligados às suas faculdades? 
R.: Esse fato não é difícil de compreender, uma vez que vivemos em um mundo de expiações e provas, habitado por seres encarnados e desencarnados com os quais nos afinizamos e em quem predomina a imperfeição moral, expressa na forma de inveja, ciúme, ódio, despeito, vingança e tantos outros filhos do orgulho e da ignorância. São as vibrações decorrentes dessas imperfeições que o médium iniciante, com a sensibilidade ampliada, passa a sentir, sem ter ainda condições de lhes oferecer resistência, o que lhe virá posteriormente com o trabalho nobre, a perseverança no bem, o estudo sério, a oração e a vigilância.  
4. Os médiuns, em sua generalidade, podem ser considerados missionários na acepção comum do termo? 
R.: Não. Embora existam no mundo médiuns que vieram ao orbe com tarefas importantes definidas, os médiuns não são, em sua generalidade, missionários na acepção comum do termo. São almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira o curso das leis divinas e que resgatam seu passado obscuro e delituoso, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, como informa Emmanuel em seu livro “Emmanuel”, que Chico Xavier psicografou. 
5. Por que a existência de muitos médiuns é pontilhada de dificuldades, provações e desventuras? 
R.: Conforme foi dito na resposta anterior, os Espíritos que fracassaram no passado, uma vez arrependidos, procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia. Eis por que as existências de muitos médiuns constituem-se, de um modo geral, em romances dolorosos, em vidas de amargurosas dificuldades, em histórias repletas de provações, continências e desventuras.  

Bibliografia: 
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 200, 205 e 210.
O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questão 383.
Emmanuel, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 66 e 67.
Encontro Marcado, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 133.
Mediunidade e Evolução, de Martins Peralva, pp. 19 a 21.
Dimensões da Verdade, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 19 a 21.


 

sábado, 5 de março de 2011

O OUTRO LADO DA FESTA


Os preparativos para a grande festa estão sendo providenciados há meses.

As escolas de samba preparam, ao longo do ano, as fantasias com que os integrantes irão desfilar nas largas avenidas, em meio às arquibancadas abarrotadas de espectadores.


Os foliões surgem de diversos pontos do planeta, trazendo na bagagem um sonho em comum: “cair na folia”.


Pessoas respeitáveis, cidadãos dignos, pessoas famosas, se permitem “sair do sério”, nesses dias de carnaval.


Trabalhadores anônimos, que andam as voltas com dificuldades financeiras o ano todo, gastam o que não têm para sentir o prazer efêmero de curtir dias de completa insanidade.


Malfeitores comuns se aproveitam da confusão para realizar crimes nefastos, confundidos com a massa humana que pula freneticamente.


Jovens e adultos se deixam cair nas armadilhas viscosas das drogas alucinantes.


Esse é o lado da festa que podemos observar deste lado da vida. Mas há outro lado dessa festa tão disputada: o lado espiritual.


Narram os Espíritos Superiores que a realidade do carnaval, observada do além, é muito diferente e lamentavelmente mais triste. Multidões de Espíritos infelizes também invadem as avenidas num triste espetáculo de grandes proporções. Malfeitores das trevas se vinculam aos foliões pelos fios invisíveis do pensamento, em razão das preferências que trazem no mundo íntimo.


A sintonia, no Universo, como a gravitação, é lei da vida. Vive-se no lugar e com quem se deseja psiquicamente. Há um intercâmbio vibratório em todos e em tudo. E essa sintonia se dá pelos desejos e tendências acalentados na intimidade do ser e não de acordo com a embalagem exterior.


E é graças a essa lei de afinidade que os espíritos das trevas se vinculam aos foliões descuidados, induzindo-os a orgias deprimentes e atitudes grotescas de lamentáveis conseqüências.


Espíritos infelizes se aproveitam da onda de loucura que toma conta das mentes, para concretizar vinganças cruéis planejadas há muito tempo.


Tramas macabras são arquitetadas no além túmulo e levadas a efeito nesses dias em que momo reina soberano sobre as criaturas que se permitem cair na folia.


Nem mesmo as crianças são poupadas ao triste espetáculo, quando esses foliões das sombras surgem para festejar momo.


Quantos crimes acontecem nesses dias... quantos acidentes, quanta loucura...


Enquanto nossos olhos percebem o brilho dos refletores e das lantejoulas nas avenidas iluminadas, a visão dos espíritos contempla o ambiente espiritual envolto em densas e escuras nuvens criadas pelas vibrações de baixo teor.


E as conseqüências desse grotesco espetáculo se fazem sentir por longo prazo. Nos abortos realizados alguns meses depois, fruto de envolvimentos levianos, nas separações de casais que já não se suportam mais depois das sensações vividas sob o calor da festa, no desespero de muitos, depois que cai a máscara...


Por todas essas razões vale a pena pensar se tudo isso é válido. Se vale a pena pagar o alto preço exigido por alguns dias de loucura.


Os noticiários estarão divulgando, durante e após o carnaval, a triste estatística de horrores, e esperamos que você não faça parte dela.

Você sabia?


Você sabia que muitas das fantasias de expressões grotescas são inspiradas pelos espíritos que vivem em regiões inferiores do além?


É mais comum do que se pensa, que os homens visitem esses sítios de desespero e loucura durante o sono do corpo físico, através do que chamamos sonho.


Enquanto o corpo repousa, o espírito fica semi-liberto e faz suas incursões no mundo espiritual, buscando sempre os seres com os quais se afina pelas vibrações que emite.


Assim, é importante que busquemos sintonizar com as esferas mais altas, onde vivem espíritos benfeitores que têm por objetivo nos ajudar a vencer a difícil jornada no corpo físico.


(Equipe de redação do Momento Espírita, baseado nos capítulos 6 e 23 do livro “Nas Fronteiras da Loucura”, ed. Leal. - www.momento.org.br

Reflexões de Carnaval



“EM FACE DOS DESCONCERTOS EMOCIONAIS QUE OS EXAGEROS FESTIVOS PRODUZEM NAS CRIATURAS MENOS CAUTELOSAS, HÁ UMA VERDADEIRA INFESTAÇÃO ESPIRITUAL PERTUBADORA DA SOCIEDADE TERRESTRE, QUANDO LEGIÕES DE ESPÍRITOS INFELIZES, OCIOSOS E PERVERSOS, SÃO ATRAÍDAS E SINCRONIZAM COM AS MENTES DESARVORADAS.”

Autor: Manoel P. Miranda
Psicografia: Divaldo P. Franco. Livro: “Entre os Dois Mundos” – pág. 61


“A FESTA É VESTÍGIO DA BARBÁRIE E DO PRIMITIVISMO AINDA REINANTES, E QUE UM DIA DESAPARECERÃO DA TERRA, QUANDO A ALEGRIA PURA, A JOVIALIDADE, A SATISFAÇÃO, O JÚBILO REAL SUBSTITUÍREM AS PAIXÕES DO PRAZER VIOLENTO E O HOMEM HOUVER DESPERTADO PARA A BELEZA, A ARTE, SEM AGRESSÃO NEM PROMISCUIDADE.”

Autor: Manoel P. Miranda
Psicografia: Divaldo P. Franco. Livro: “Nas Fronteiras da Loucura” – págs. 52 e 53


“O ESPÍRITA DEVE AFASTAR-SE DE FESTAS LAMENTÁVEIS, COMO AQUELAS QUE ASSINALAM A PASSAGEM DO CARNAVAL, INCLUSIVE AS QUE SE DESTAQUEM PELOS EXCESSOS DE GULA, DESREGRAMENTO OU MANIFESTAÇÕES EXTERIORES ESPETACULARES. A VERDADEIRA ALEGRIA NÃO FOGE DA TEMPERANÇA.”


Autor: André Luiz
Psicografia: Waldo Vieira. Livro: “Conduta Espírita”